Programas de Mindfulness

Missão: alargar a oferta psicoterapêutica na área da saúde mental, baseada em mindfulness.

Esta parceria conta uma equipa de médicos psiquiatras com formação no Center for Mindfulness da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos da América.

Os programas, baseados em protocolos médicos, têm como objetivo a saúde e bem-estar da população, incluindo crianças, jovens e adultos, bem como o âmbito escolar e empresarial e incluem o Programa de Redução de Stress Baseado em Mindfulness (MBSR), e outras atividades, como o workshop de parentalidade consciente e grupos de meditação.

Bruno Teixeira é médico psiquiatra, psicoterapeuta e Instrutor Qualificado de Mindfulness Based Stress Reduction pela Universidade de Medicina de Massachusetts, EUA.

João Perestrelo é médico psiquiatra, psicoterapeuta e Instrutor Qualificado de Mindfulness Based Stress Reduction pela Universidade de Medicina de Massachusetts, EUA.

center for mindfulness

O que é o Mindfulness

O mindfulness é o conceito central da tradição e psicologia budistas, com cerca de 2500 anos de história. A palavra “Mindfulness” tal como é usada nos textos antigos, é uma tradução para o Inglês da palavra, em Pali, “sati” que significa Consciência, Atenção e Recordação. A “Consciência” implica tornar-se consciente de tudo o que ocorre dentro e fora de nós, redirecionando a “Atenção” para os pensamentos e emoções em vez de tentar suprimi-los. Já o conceito de “Recordação” significa recordar-se de estar consciente e de prestar atenção. A cada momento devemos relembrar-nos de estar atentos.
Jon Kabat-Zinn, principal responsável pela integração do Mindfulness na medicina ocidental, define-o como prestar atenção de uma forma especial – propositadamente, no momento presente e sem julgamento.

Meditação e Mindfulness

A meditação possui vários milénios de história. Desde há aproximadamente 3000 anos que o Budismo a integrou nos seus ensinamentos. Nas línguas clássicas do Budismo (Pali e Sanskrit), samadhi é a palavra mais frequentemente utilizada para a designar. Durante muitos anos foi considerada como uma prática exclusivamente reservada aos Budistas e aos seguidores das filosofias Zen ou o Yoga. A prática da meditação tem-se estendido, porém, para lá do oriente, verificando-se, nos últimos séculos, uma crescente utilização no ocidente.
O interesse dos cientistas pela meditação foi impulsionado nas décadas de 60 e 70 do século passado, demonstrado que o uso destas técnicas proporcionava uma extraordinária concentração. Inúmeros estudos científicos, de reconhecida relevância, têm comprovado os benefícios da meditação. Apesar disso, persistem alguns mitos que importam aqui esclarecer:

  • A meditação pode ser praticada por qualquer pessoa, não estando associada apenas aos indivíduos ligados ao esoterismo;
  • A meditação não leva a nenhum estado alterado de consciência nem induz qualquer transe hipnótico ou fenómeno de levitação, não se tratando, também, de um método para atingir o inconsciente;
  • A meditação não cultiva uma postura de excesso de confiança ou otimismo exacerbado; apenas possibilita que o indivíduo esteja mais concentrado no Aqui e no Agora, permitindo que tome decisões de forma mais consciente e compassiva;
  • A meditação é uma prática mental e não uma religião, uma cultura ou uma filosofia;
  • A meditação não é, apenas, um método de relaxamento, mas sim um treino mental que permite a tomada de consciência;
  • A meditação não é uma forma de escapar à realidade; na verdade, leva o indivíduo ao encontro da realidade, fazendo-o experienciá-la na sua totalidade e entrar em contato com cada detalhe desta;
  • A meditação não tem de obedecer a configurações específicas; para a sua prática, não é necessário que o indivíduo esteja num local em particular, ou tenha este ou aquele adereço, podendo ser praticada em qualquer sítio e da forma que se sinta mais confortável;
  • A meditação não resolve todos os problemas do dia para a noite, apenas capacita aquele que a pratica a lidar com as questões de forma mais lúcida;
  • A meditação não consome tempo, mas pode ser, sim, uma excelente forma de ganhá-lo ao aliviar o indivíduo da armadilha da pressa inútil.

Os Benefícios do Mindfulness

As evidências científicas têm revelado que, quando praticada com regularidade, a meditação Mindfulness:

  1. Diminui consideravelmente os níveis de stress, algo solidamente demonstrado pelo efeito positivo nas ondas cerebrais;
  2. Reduz a probabilidade de desenvolver doenças cardíacas e hipertensão arterial ao diminuir o stress crónico nocivo;
  3. Permite que o indivíduo lide melhor com as suas dificuldades, fazendo com que controle as suas reações e tome decisões de forma mais consciente, por se sentir mais tranquilo;
  4. Impede o desenvolvimento de sintomas depressivos e ansiosos ao afetar positivamente os padrões cerebrais subjacentes à sua progressão, permitindo que, ainda que surjam, sejam facilmente diluídos;
  5. Melhora consideravelmente a memória, evitando a sua deterioração, e estimula a criatividade;
  6. Demonstra eficácia na atenuação do impacto que as doenças graves têm no indivíduo, nomeadamente no cancro e na dor crónica;
  7. Melhora a capacidade de relacionamento interpessoal ao fazer com que os indivíduos se aceitem de forma mais compassiva;
  8. Fortalece o sistema imunitário, ajudando a combater gripes, constipações e outras infeções víricas e bacterianas;
  9. Intensifica o sabor da comida, permitindo saboreá-la e desfrutá-la com maior tranquilidade;
  10. Aumenta a concentração e melhora o desempenho, potenciando a confiança do indivíduo;
  11. Impede a espiral negativa e, por vezes, imparável de pensamentos ruminativos e obsessivos;
  12. Ajuda a que a pessoa se aceite tal como é, compassivamente, melhorando a comunicação com os outros.

Programa de Redução de Stress Baseado em Mindfulness

O programa de Redução de Stress Baseado em Mindfulness (MBSR – Mindfulness-Based Stress Reduction Program), é um programa baseado em técnicas de mindfulness, desenvolvido pelo Dr. Jon Kabat Zinn, em 1979, no Departamento de Medicina da Universidade de Massachusetts, nos E.U.A. Trata-se de um programa psicoeducativo experiencial na área da gestão de stress, regulação emocional, comunicação consciente e aplicação do mindfulness no do dia-a-dia.

  • O programa inclui, entre outros:
    Instruções guiadas de técnicas de meditação mindfulness e de consciência corporal;
  • Instruções sobre exercícios de estiramento consciente (baseado em yoga)
  • Exercícios de exploração emocional;
  • Diálogos e partilha em grupo sobre a vivência da prática.

Para além da apresentação de várias técnicas de mindfulness, o MBSR aborda um leque de temáticas e exercícios práticos para o entendimento da importância do mindfulness na redução de stress e desenvolvimento emocional, assim como a sua aplicação no quotidiano.

ESTRUTURA

Programa presencial de 8 semanas (dois meses e uma semana), com uma sessão semanal de 2/2.5 horas, uma sessão intensiva de um dia (6 horas).

MATERIAL

Como parte do programa serão fornecidos áudios com práticas de atenção plena e um manual da prática com exercícios e informação relevante para o desenvolvimento emocional e redução de stress. Ao participar neste programa aprenderá:
– Técnicas práticas de resposta para melhorar a sua capacidade para lidar com situações de stress e tensão diária;
– Métodos para estar física e mentalmente relaxado e tranquilo;
– Exercícios corporais suaves e de relaxamento para fortalecer o seu corpo e libertar a tensão muscular;
– Tomada de consciência da interação entre o corpo e a mente;
– Enfrentar momentos de mudança e dificuldades na sua vida com maior presença;
– Descobrir e desenvolver a sua capacidade de se ajudar a si próprio a caminhar para um maior equilíbrio, controlo e tranquilidade mental; Nos E.U.A. e em alguns países europeus (Reino Unido, Dinamarca, Alemanha), o MBSR encontra-se integrado a nível hospitalar, como uma intervenção complementar ao tratamento médico. Os motivos que levam as pessoas a participar incluem:
– Stress: trabalho, família, financeiras;
– Dor crónica ou doenças crónicas;
– Ansiedade, Pânico, Depressão;
– Problemas gastrointestinais (ex. Síndrome do Cólon Irritável);
– Fadiga;
– Hipertensão arterial;
– Dores de cabeça e enxaquecas;
– Fibromialgia;
– Cancro e sintomas psicológicos associados;
– Problemas de Pele (ex. Psoríase);
– Síndromes Alimentares (ex. Anorexia, Bulimia);
– Síndrome de Stress Pós-Traumático;
– Esclerose Múltipla;
– Asma e outros problemas respiratórios;
– Menopausa;
– Perturbações de Sono.